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No tempo de Julieta - capítulo 1

Faz seis meses que Julieta começou a trabalhar na Love Magazine. Ela não está passando pelo seu melhor momento, mas pode se apoiar em Vito...

Faz seis meses que Julieta começou a trabalhar na Love Magazine. Ela não está passando pelo seu melhor momento, mas pode se apoiar em Vitor, o melhor amigo que trabalha com ela na revista. A história de Julieta se resumiria a trabalho-casa e uma boa relação com o amigo caso ela pensasse antes de agir e seu emprego e o de Vitor não estivesse por um fio, dependendo de uma viagem para a Índia. A partir daí, muita coisa vai bagunçar a vida de Julieta e falar de relacionamentos quando seu coração é uma bagunça, nunca pareceu tão ruim. (Ilustração extraída desse site)

“Índia oficialmente denominada República da Índia, é um país da Ásia Meridional. É o segundo país mais populoso, o sétimo maior em área geográfica.” 

Era somente isso o que eu sabia sobre a Índia: a introdução da Wikipédia sobre o país. Mas isso não me impediu de agir sem pensar e me colocar em uma péssima situação profissional. E ainda pior: arrastar o meu melhor amigo, recém-noivo para essa cilada. 

2 horas antes – sala de reuniões da Love Magazine 

A Love Maganize é uma revista para mulheres que buscam o sucesso, o amor próprio e a felicidade obtida pela autossuficiência. Eu sou uma jornalista, recém-formada, e faz 6 meses que sai do alojamento da faculdade para um apartamento apertado e sem ventilação no subúrbio de São Francisco. Eu não sei se você já passou por dificuldades financeiras, mas a minha é do nível que eu repito a mesma roupa do trabalho nas festinhas de sábado. Ser bem sucedida está longe, muito longe do que define meu padrão de vida atual. Ah, fui traída ano passado, um detalhe nada importante diante de tanta frustração diária. 

O que eu quero dizer contando esses fatos chatos para você, é que não há nada mais irônico do que eu ser a responsável pela coluna de relacionamentos da Love Magazine. Sério, eu sou péssima em conselhos, mas quando você precisa trabalhar para se sustentar você inventa tanta coisa na entrevista... Não me julgue, eu precisava de dinheiro. 

- Ôh Julieta. Não vai pra reunião não? – Angel, minha colega de escritório me chama com aquele olhar de advertência que ela sempre tem. Foi ela quem me indicou para esse trabalho, então fica sempre no meu pé para eu não pisar na bola. 

Caminhamos lado a lado entre os corredores apertados da Love Magazine e chegamos na sala de reunião, percebo que somos as últimas tendo em vista o quanto a sala está cheia. Me espremo entre um e outro colega e consigo um lugar na parede para me encostar e enxergar já que sou baixa e multidões são sempre um problema pra mim. 

- A novidade é que teremos um investimento interessante esse ano! – Maria editora da revista fala de maneira que todos a aplaudem. Não faço ideia do que se trata, apenas imito meus colegas. Três homens de terno estão na frente da sala e imagens da Índia passam no projetor da sala para todos verem. 

- Bem, como a Maria disse, o valor que recebemos é especialmente destinado a investimentos na área de Marketing e para as colunas da revista. – Renato começa a falar animado. Ele é gerente das finanças, um amor de rapaz. – Estamos lisonjeados pela confiança que a Empresa Mochilando pelo Mundo nos concedeu! Eles querem que nossos colunistas viajem para países específicos... – Ele passa as fotos dos pontos turísticos da Índia para pirâmides que claramente são do Egito. – Os colunistas irão passar cerca de dois meses no local, relatando experiências novas de um ponto de vista mais amplo, tendo em vista que estarão em um novo país! – Ele concluiu sorrindo. Todos aplaudiram novamente. 

Nossa! Dois meses em outro país. Isso realmente é algo que eu gostaria de fazer. Mas com a sorte que eu tenho nunca irei conseguir algo assim... Sorrio para Vitor que está do outro lado da sala fazendo caras e bocas para mim. Vitor é meu melhor amigo, nos conhecemos na entrevista para a Love há seis meses e saímos para comemorar juntos assim que ele me disse que também foi aprovado como fotógrafo. Vitor ganhou meu coração em pouco tempo, me ajudou a achar um lugar para morar (mesmo que horrível) e eu sempre digo que ele é o homem da minha vida. Eu não sei se você já sentiu isso antes, essa coisa de olhar para alguém, sentir seu interior se preencher de um sentimento bom e confortável, como se você estivesse completo só em receber aquele olhar. Pois é, é isso que sinto pelo Vitor. Ele é minha família e me faz sorrir até no fim do mês quando não tem nada na minha geladeira. 

- Bem, como a gente disse anteriormente: o financiamento é destinado para as colunas da revista. Então quem tiver interesse é só se manifestar e será encaminhado para assinar a papelada. A colunista que se voluntariar para essa aventura, também poderá escolher uma pessoa para levar... No caso um fotógrafo. – Marlene, a chata que é minha supervisora, falou com sua voz de pato. 

Espera aí. Qualquer pessoa pode ir se quiser? E pode levar alguém que queira junto? E passar dois meses em outro país, conhecendo uma nova cultura e afastados de qualquer incômodo? 

Olho em volta e todos permanecem em silêncio se entreolhando. 

Hellooo, dois meses no exterior? Com tudo pago? Porque ninguém falou nada ainda?! 

- Oi, Maria, eu tenho interesse. Aí eu levo o Vitor como fotógrafo. – Falo sorrindo abertamente. Todos me olham com cara de espanto, ouço alguém cochichar um “ela é louca?!” e percebo que fiz alguma burrice. 

- Pronto, fico muito feliz de ter aceitado a proposta. O contrato da viagem será encaminhado para sua supervisora e você e o fotógrafo poderão escolher a data da viagem. – Um dos homens de terno falou afobado. A sala entrou em uma onda de murmúrios e cochichos enquanto esse homem e os outros cumprimentavam a Marlene e a Maria, saindo da sala logo em seguida. 

- Ai graças a Deus gente, alguém topou essa loucura. – Marlene falou rindo aliviada. – Ia sobrar pra mim, com certeza. Conversamos os detalhes semana que vem com vocês dois. – Ela falou apontando para mim e para Vitor que tinha a expressão de fúria estampada no rosto. 

- Oi, espera, como assim loucura? – Pergunto baixinho sem entender. Mas ninguém me responde, estão todos conversando entre si. 

- A reunião está encerrada, até o happy hour pessoal! – Todos vão saindo e eu continuo sem entender o que aconteceu, mas ignoro isso e sorrio em êxtase pela minha sorte. Sinto alguém puxar meu braço com força e quando estou fora da sala percebo que é o Vitor. 

- Você está louca Julieta?! – Ele pergunta nervoso olhando em volta conferindo se alguém está escutando. – Uma viagem para a Índia?! Eu disse pra você ontem que eu ia pedir a Vivi em noivado. Porque você fez isso?! E para a Índia?! Eu não estava preparado para isso, a Vivi vai me matar... Porque você agiu impulsivamente? Agora a Marlene vai nos pressionar a aceitar e você sabe como ela é, qualquer coisa demite a pessoa e... 

- Vitor, eu achei que seria legal cara, é uma viagem pro exterior, eu pensei que você não aguentava mais São Francisco e toda essa loucura do dia a dia e 

- E aí nós vamos para uma cidade mais populosa, para trabalhar praticamente o dia todo e entregar um resultado que é quase impossível entregar em dois meses! Eles querem um livro, com fotografias, um livro! – Ele me encarou respirando fundo, visivelmente contrariado. Finalmente entendi o motivo de ninguém ter se voluntariado. 

- Ah... Okay, eu não tinha ouvido essa parte. – Falo sem graça. 

- Claro que não, você estava atrasada como sempre. – Ele fala me encarando, seus olhos me analisando. 

- Hey, mas a gente consegue, cara, quer dizer, se a gente não conseguir cancelar, a gente consegue fazer! – Falo com uma pontinha de esperança em fazê-lo mudar de opinião sobre a viagem. 

- A Vivi vai me matar. – Ele fala me encarando sério. – Ela tem ciúmes de você Ju, você sabe, imagina se eu anuncio uma viagem contigo?! Estaria assinando meu atestado de óbito. 

- A Vivi iria entender, é nosso trabalho, tudo muito profissional. – Eu falo baixinho forçando um sorriso. 

- Não faz isso Julieta... – Vitor murmura deixando a expressão séria e tomando uma expressão de angústia no seu rosto tão perfeito. – Você é minha irmã, cara. Não inventa essas coisas... Vai estragar tudo. – Ele fala me puxando para um abraço. Sinto minha garganta se fechar e a sensação de choro sobe pelo meu corpo. 

Sempre com essa conversa, como se eu quisesse estragar nossa amizade com uma paixãozinha adolescente. Me solto dos braços dele e saio sem olhar pra trás. Percebo que ele tem razão, a viagem seria algo inviável e traria muitos problemas para nós no âmbito pessoal. Mas ele também tem razão sobre outra coisa: a Marlene não vai aceitar nossa desistência no projeto. Do jeito que a megera é, quando perceber que isso vai me prejudicar com o Vitor, ela vai fazer questão que a viagem aconteça. Merda. 

“Índia oficialmente denominada República da Índia, é um país da Ásia Meridional. É o segundo país mais populoso, o sétimo maior em área geográfica.” 

Era somente isso o que eu sabia sobre a Índia: a introdução da Wikipédia sobre o país. Mas isso não me impediu de agir sem pensar e me colocar em uma péssima situação profissional. E ainda pior: arrastar o meu melhor amigo, recém-noivo para essa cilada.


Nota: E aí gente, gostaram? Continuo a história?
 
XOXO,
Iza

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Peixinho idealizadora

Oi, eu sou a Iza! Tenho 19 anos, sou universitária, viciada em livros de ficção fantástica e científica, filmes e séries de todos os tipos. Nesse blog você encontrará muitas resenhas, indicações e discussões sobre coisas do universo geek. Ah, também tem textos e dicas sobre a vida universitária. Espero que aproveitem!

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